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sexta-feira, 4 de março de 2011

15 anos de mamonas assasinas

O primeiro e único disco dos Mamonas Assassinas, homônimo, completa quinze anos de lançamento neste domingo, 25. O trabalho foi lançado pela gravadora EMI, em 1995, com produção de Rick Bonadio. Foram mais de um milhão de cópias vendidas no mesmo ano de seu lançamento. Mas a carreira meteórica de Dinho (vocal), Bento Hinoto (guitarra e violão), Júlio Rasec (teclado), Samuel Reoli (baixo) e Sérgio Reoli (bateria) teve fim menos de um ano depois de o disco chegar às lojas, em um dos episódios mais tristes da música brasileira: um acidente aéreo fatal, em 2 de março de 1996.

Ainda quando a banda se chamava Utopia, Dinho frequentava o estúdio de Bonadio para gravar jingles e trabalhar em discos independentes com o produtor. Certo dia, ele perguntou se poderia gravar uma "brincadeira" durante a madrugada para levar a um churrasco. Gravação autorizada, o vocalista deu origem às primeiras músicas do álbum, "Pelados em Santos" e "Robocop Gay".

"Quando eu cheguei de manhã e ouvi, achei muito engraçado, só que o som e os arranjos que eles fizeram eram meio Reginaldo Rossi. Era uma coisa bem brega. Era para ser só uma brincadeira. Mas era muito legal, como ainda é até hoje", diz o produtor. "Disse para eles que se misturassem aquilo com rock, dava para arrumar uma gravadora. Mas eu nem tinha muita possibilidade de conseguir uma gravadora na época", relembra Bonadio.

Os improvisos
O processo de gravação de Mamonas Assassinas foi levado na brincadeira. Enquanto o resto da banda gravava as bases no estúdio, Dinho e Julio estavam compondo as letras na sala ao lado. "E aí eles cantavam encenando a coisa toda", conta Rick Bonadio. Todas as faixas do álbum foram finalizadas no improviso. Muitas coisas que não eram para sair na gravação acabaram permanecendo, como o triângulo tocado no início da música "Jumento Celestino". "A gente estava brincando com aquela música do Genival Lacerda, "De quem é esse jegue..." Aquilo era nosso guia para gravar a base", recorda. "As vozes eram gravadas de maneira espontânea. E eles gravavam tudo meio que de primeira. Então, tudo está lá. Ele me chamar de Creuzebek... A gente conhecia um cara que tocava sanfona, o Breuzequeb, e na hora ele foi me chamar de Breuzequebra, para me sacanear, e sem querer falou Creuzebek", conta Bonadio, se referindo às introduções das músicas "Mundo Animal" e "1406". Em "Mundo Animal", Dinho diz: "Atenção Creuzebek. Creuzebek, meu filho, vamos lá que vai começar a baixaria"; e, "1406": "Atenção Creuzebek, ao toque de quatro já vai...".

As faixas "Vira-Vira", "Chopis Centis", "Sabão Crá-Crá", "Uma Arlinda Mulher", "Cabeça de Bagre II", "Bois Don't Cry", "Débil Metal", "Sábado de Sol" e "Lá Vem o Alemão" completam o álbum. Segundo Bonadio, os Mamonas Assassinas ainda deixaram uma música sem gravar: ele guarda a melodia e Paula Rasec, irmã de Júlio, tem a letra. Bonadio diz que nunca pensou em lançar a canção e não imagina qual banda poderia assumir a responsabilidade, mas que a música ainda pode ganhar um registro fonográfico.

Mamonas Assassinas atingiu todas as faixas etárias. Com letras engraçadas e a mistura de rock, pagode e brega, entre outros e outros estilos, ainda hoje é lembrado. Bonadio tenta explicar o sucesso estrondos que o grupo atingiu: "O Mamonas acertou em cheio, era uma coisa que todo mundo é. Todo mundo é daquele jeito, essa que é a verdade. Brasileiro é daquele jeito. Eles conseguiam musicar uma coisa que já é natural das pessoas. E é muito difícil fazer isso em música, de uma maneira sem parecer forçado. O Dinho tinha esse dom".

Após a morte dos integrantes da banda, foi lançada a coletânea Atenção, Creuzebek: A Baixaria Continua!, em 1998. O álbum incluiu versões ao vivo do disco de estúdio, além das inéditas "Onon Onon" e "Joelho". A EMI também lançou o disco Mamonas Assassinas ao Vivo, em 2006. De acordo com o site: http://www.rollingstone.com.br/secoes/novas/noticias/8831/   :)

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